A partir de janeiro de 2025, empreendedores piauienses terão um novo espaço para expor e comercializar seus produtos: o marketplace do programa Made in Piauí. A plataforma digital, criada pela Investe Piauí, busca impulsionar o empreendedorismo local e conectar os produtos regionais a mercados nacionais e internacionais.

O marketplace será uma vitrine virtual onde artesãos, agricultores familiares e pequenas empresas poderão criar lojas personalizadas, cadastrar produtos, atualizar preços e gerenciar vendas em tempo real. Além disso, cada vendedor terá uma página individual que funciona como um portfólio digital, com a origem do produto, a história da marca, redes sociais e até vídeos institucionais.

Plataforma deve reunir produtos dos 12 territórios de desenvolvimento do Estado (Foto: divulgação)

“Através do Made in Piauí, desenvolvemos uma plataforma online onde tanto produtores individuais quanto empresas poderão vender seus produtos. O objetivo é criar uma loja virtual para os produtos do Piauí, incluindo categorias específicas como artesanato, cachaça, mel e outros itens característicos do Estado”, afirma Gustavo Dias, coordenador do programa Made in Piauí.

A ideia de criar o marketplace surgiu como parte de um esforço mais amplo do programa Made in Piauí, lançado no início de 2024. Com o objetivo de fortalecer as cadeias produtivas locais e expandir a competitividade dos produtos piauienses, o programa buscou soluções que permitissem aumentar a visibilidade dos itens regionais, além de agregar valor e fomentar o empreendedorismo em todos os 12 territórios de desenvolvimento do estado.

De acordo com Gustavo Dias, uma experiência inicial que ajudou a estruturar o projeto foi realizada em maio de 2024, durante a CasaCor, onde produtos artesanais piauienses foram adquiridos junto aos artesãos e vendidos pela Investe Piauí.

“Essa experiência no CasaCor Piauí foi nossa prova de conceito. Fizemos uma parceria com a Superintendência de Desenvolvimento do Artesanato Piauiense (SUDARPI) e compramos produtos dos artesãos locais. Os produtos foram revendidos pela Investe Piauí e os produtores receberam antecipadamente. A partir desse sucesso, a ideia foi expandir a comercialização de todos os produtos piauienses, criando um marketplace”, explica.

Na plataforma, os consumidores poderão localizar produtos por território, matéria-prima ou até pela história por trás de cada item. O valor da compra será repassado diretamente para a conta bancária do artesão. O site também vai oferecer suporte técnico e consultorias para os vendedores. A previsão é de que o marketplace seja lançado na segunda quinzena de janeiro.

Produtos expostos na Casa Cor Piauí tiveram bom resultado financeiro para os artesãos. (Foto: Divulgação)

“A plataforma tem um custo operacional, que cobre empresas de pagamento, antifraude e correios, e o frete é pago pelo comprador. No lançamento, qualquer empresa piauiense poderá se cadastrar para ser vendedora na plataforma. A Investe Piauí ficará responsável pela triagem das informações e pela curadoria”, acrescenta Gustavo.

Artesãos piauienses poderão vender seus produtos em novo site lançado pelo Governo

Através do programa, 20 marcas piauienses passam por rebranding 

Além de criar um espaço de vendas, o programa Made in Piauí aposta na transformação e modernização de produtos regionais. Um dos destaques é a parceria estratégica com a Polvo Lab, empresa especializada em projetos de inovação e desenvolvimento de produtos.

O Polvo Lab iniciou sua atuação no Piauí em 2022, com um projeto bem-sucedido com a COMAPI, uma cooperativa de apicultores da região de Simplício Mendes, no interior do Piauí, onde ajudou a agregar valor ao mel local. Por meio de uma nova marca e embalagem premium (Mel Mesmo), o produto, antes comercializado a granel, passou a ser vendido fracionado e com maior valor agregado em supermercados.

Marca Mel Mesmo passou a ser vendida com alto valor agregado. (Foto: Divulgação)

O sucesso desse projeto impulsionou a ampliação da parceria, que agora abrange outras três cadeias produtivas além da apicultura: cajucultura , laticínios e gergelim. Conforme a Investe Piauí, a  Polvo Lab atuará no desenvolvimento de produtos dessas cadeias, criando provas de conceito e realizando ações de rebranding, ou seja, modernização e reposicionamento das marcas no mercado.

“O rebranding dessas 20 marcas de produtos bioambientais é uma parte importante do programa, como a cooperativa de rapadura do município de Boa Hora. A proposta é atualizar a identidade visual das marcas para que se destaquem mais no mercado. No caso da rapadura, por exemplo, a ideia é fracionar e embalar em porções menores, acompanhando as mudanças nos hábitos de consumo, que buscam mais praticidade e opções saudáveis”, destaca o coordenador do programa.

Produtos piauienses poderão passar por rebranding através do programa. (Foto: Divulgação)

Ao longo do programa, outras marcas poderão passar pelo mesmo processo. “Fizemos um primeiro contrato e o rebranding dessas 20 marcas selecionadas serão entregues ainda em dezembro. Em 2025, pretendemos renovar o contrato para realizar novos rebrandings. As empresas interessadas poderão solicitar esse serviço, e a ideia é continuar oferecendo esse suporte para as marcas que precisam, ajudando a aumentar a competitividade dos produtos, acrescenta Dias.

Selo Made in Piauí

Outra iniciativa do programa é o Selo Made in Piauí, criado para agregar valor aos produtos locais, funcionando como uma certificação de origem que destaca a qualidade e a proteção dos itens produzidos no estado. A proposta é fortalecer a identidade regional e aumentar a participação dos produtos no mercado nacional e internacional. Além de contribuir com as vendas, o objetivo é criar um diferencial competitivo, conectando os consumidores à história, cultura e características únicas dos produtos do Piauí.

“O selo foi desenvolvido pela Polvo Lab em parceria com a empresa piauiense Cactus Ink. Esse selo visa valorizar os produtos locais, criando um ‘padrão de qualidade’ reconhecido pelo consumidor, o que aumenta a confiança na produção local e promove o turismo de produtos. A presença do selo também ajuda a aumentar a visibilidade e o orgulho em consumir produtos do Piauí, além de fomentar o consumo de itens tradicionais da cultura local”, diz Gustavo Dias.

Programa deve impactar pelo menos mil famílias

Essas são algumas das diversas frentes do programa Made in Piauí, que também investe em curadoria, consultorias e pesquisa para aumentar a competitividade das cadeias produtivas no estado. As mudanças já geraram impacto positivo em cadeias como a cajucultura e a apicultura, onde pequenos produtores têm a oportunidade de acessar novos mercados com produtos mais elaborados.

“Nosso maior avanço até agora foi a criação de novos produtos para as cadeias produtivas do estado, agregando valor e aumentando o potencial de geração de renda para os cooperados. O projeto deve impactar pelo menos mil famílias, com foco na agricultura familiar. Além disso, o programa inclui a elaboração de planos de negócios específicos para cada produto, abordando desde estratégias de mercado e marketing até a otimização das vendas”, aponta.