Jovem do PI criadora de dispositivo que mede radiação solar concorre a vários prêmios nacionais

Jovem do PI criadora de dispositivo que mede radiação solar concorre a vários prêmios nacionais

A garota de 16 anos também concorre a outros três prêmios em nível nacional com o protótipo Sunsense

Por: Layza Freitas 11 novembro 2024 12:12

A estudante piauiense de 16 anos, Camila Feitosa Cláudio, criadora de um dispositivo que mede a radiação solar e pode ajudar no combate ao câncer de pele, está concorrendo a vários prêmios nacionais. O protótipo ‘Sunsense’, que foi finalista na Feira das Nações Dante Alighieri (FENADANTE) 2024, está classificado para participar da maior feira de ciência do continente africano, a Feira de Ciências e Tecnologias do Continente Africano (I-FEST², International Festival of Engineering Science and Technology in Tunisia). Camila é a única no Nordeste a concorrer nesta feira que acontece na Tunísia, ano que vem.

O dispositivo eletrônico também está concorrendo na Feira Virtual STEM BRASIL 2024, onde equipes de professores e estudantes concorrem com projetos inspiradores e o resultado final será em novembro deste ano. Já na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), a qual o Sunsense também concorre, o resultado será em março de 2024. Camila ainda concorre ao Prêmio Carolina Bori, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), este ano dedicado às “Meninas na Ciência”, reconhecendo o talento e a dedicação de estudantes que têm projetos inovadores.

O protótipo monitora as emissões de radiação ultravioleta (UV) e emite alertas preventivos personalizados, com base nas características da pele e no fator de proteção solar que está sendo utilizado. Desse modo, a ideia é que o Sunsense auxilie na adoção de medidas protetivas para a prevenção de danos à pele, como queimaduras solares e câncer de pele.

Camila Feitosa foi recebida no HUB da Investe Piauí, onde em conversa com Luciana Tsukada, gestora da Startup Piauí, aceitou o convite para fazer o Programa da Aceleração da Startup. “A Camila desenvolveu uma solução muito boa e agora precisa investigar melhor e validar a aderência no mercado. O programa vai ajudar a encontrar um nicho de mercado. Ao mesmo tempo, a Aceleração vai gerar uma compreensão maior de como devem ser os próximos protótipos até o produto final”, explica a gestora.

Este ano, no mês de setembro, a estudante do ensino médio apresentou o projeto na FENADANTE, em São Paulo, onde foi finalista e conquistou o credenciamento para representar o Piauí na I-FEST². Camila Cláudio começou a criar o mecanismo em maio de 2023 e este ano o projeto já ganhou 1º lugar em uma premiação nacional, a Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC), na categoria Ciências da Saúde. “É algo que deu bastante trabalho, então é gratificante saber que todo o esforço está valendo a pena e a gente vai representar não só o Piauí, mas o Nordeste nessa feira”, destaca a estudante que irá até a Tunísia no ano que vem apresentar o projeto.

O Sunsense

O protótipo monitora as emissões de radiação solar e a finalidade é que seja utilizado como ferramenta de auxílio no combate ao câncer de pele. A estudante reuniu sensores que captam os níveis de exposição solar e que são transmitidos por luzes LEDs, telas e alertas sonoros, fazendo com que os usuários possam saber imediatamente a intensidade da radiação à qual estão expostos.

Com o avanço das pesquisas, a estudante implementou no protótipo um mecanismo que calcula a quantidade de tempo segura sob determinada radiação solar, de acordo com as características (cor da pele, fator de proteção UV e exposição ao sol) de cada pessoa. O Sunsense ainda é integrado a uma placa de internet wifi, que envia os dados de forma digital, os analisa e repassa as informações em tempo real. Uma nova fase da pesquisa já está desenvolvendo a aplicabilidade do protótipo em um relógio inteligente, que realize a mesma função através do punho do usuário.

No seu artigo sobre o dispositivo publicado na FENADANTE, Camila cita que “a exposição ao sol, especialmente as queimaduras solares ocorridas na infância, eleva o risco de desenvolver melanoma cutâneo ao longo da vida e, de acordo com estimativas conjuntas da World Health Organization (WHO) e da International Labour Organization (ILO), quase uma em cada três mortes por câncer de pele não melanoma são causadas pelo trabalho ao sol, sendo a exposição desprotegida à radiação solar ultravioleta no trabalho a céu aberto uma das principais causas de câncer de pele em atividade laboral”.

A jovem explica que o Sunsense vai medir a radiação e avisar quando é preciso sair do sol. “Normalmente as pessoas tem protetor solar, mas esquecem de usá-lo. O dispositivo alerta, tanto de forma visual quanto sonora, a partir de que momento a incidência solar vai ser prejudicial. É uma forma de lembrar para usarem protetor ou saírem da exposição, porque dados comprovam que a maioria das pessoas fica exposta ao sol e acaba tendo problema de pele, por esquecerem de passar protetor”, finaliza Camila.

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